domingo, agosto 20, 2017

Me sinto.

Estou
No meio
Da multidão.

Meu corpo
O corpo da terra
O corpo do mundo.

Um só lugar.



-

Com as mãos voltadas
Pra cima
Sinto tocar-me
Como pegar-me mesmo
O vento.

Uma coisa não - coisa
Nada - tudo

O vento é como o tempo.
-

Enquanto passeio
A paisagem me afeta
O verde musgo
A água suja no rio

Mato onde não dá pra construir ainda
Mato onde alaga
Mato ocupado
Por bicho por gente

As calçadas finas.

Quebradiças
Tão sensíveis atualizações.

Picadas urbanas.

-

Eu retomando um lugar
Ressentindo sabores e
Esquecendo que era tão bom
Ter voz.

Escutar o pensamento respirar
no seio da madrugada.
A noite me nutre
De seu enigma amoroso.

Eu neste espelho denso
Onde as luzes
Da cidade
Da própria vida
No escuro
Seus brilhos
Me lembram

Você não está sozinho.