quarta-feira, dezembro 10, 2014

Impossível construir estética antes das três da manhã. 

Sequer toquei a madrugada, mas reside uma insensata realidade implicada sob a representação que somente arranjos não bastam. Quero colher, e some aí o limite. A repressão confessa na representação. Uma chatice árdua, feito acordar. Compreender que às vezes – algumas poucas -, registram-se regras que no momento estão aí para acatar. Há conflitos porque ponho correntes em mim e não soa anormal. É normal estranhar-se e esquecer-se também nalgum instante, mas o que beira a esquisitice é justamente não se arranjar consigo a margem de si. Sou eu. A mão e a pedra cravadas em si.  A poeira da porrada e o escorrido. Tem raciocínios que somem diante da tentação do nada. Talvez esteja entregue a isto o meu destino. Os modos de concordar e compreender cedem espaços ao lampejo de qualquer aurora. Desespero esperando brotar flores onde não há nada fértil semeado. Desespera não ver a primavera. Afoga permitir inundar-se quando se já esta cheio. A autoimagem confessa diante do espelho de um crime irrealizado. 

Reside uma letalidade na palavra. Mortal é aquilo que não se diz.