sexta-feira, março 15, 2013

Ágora

Um pequeno fim
relegado ao eterno
do que há em mim.

A marca da memória
fixada numa pedra
de ideias, na história.

Entre esquecer e a morte
não muito longe está
a linha que define a sorte.

Manter vivo defunto
não abre precedente
ao novo do assunto. 
"Também já houveram épocas
de assimilar o perigo
num perfeccionismo barroco".

sexta-feira, março 08, 2013

E são somente estes
oito segundos que bastam.
Pra que no piscar dum instante,
tudo: e as coisas em mim se arrastam.

E cheio duma gastura
as palavras me afongentam
numa noturna ruptura,
os sentidos que faltam me orientam.

Mas é uma reticência a farfalhar
um abismo de orgulho,
porque ao invés de gargalhar
fico a pensar-me nos embrulhos

Que tive comigo quando
Contigo me esqueci
e ao tentar fazer-me brando,
com a rotina, enegreci.

E de encontro ao fim,
sou a tontura mista na areia.
Mesmo não querendo ser assim
quando penso-te, corres nas daqui veias.
Largastes o novelo e
Aqui ficou um embaraço.
Não importa o meu apelo
Sozinho isso eu não desfaço.

Toda junta a linha
em pleno desalinho;
que tolice a minha
em pensar que não seria sozinho.

Porque é desses intervalos
entre tudo e nada
que a vida mostra os lados:
e ao canto, alma quebrada.

Puxo do novelo o novo
desenrolar dum caminho.
De novo envolto em meio ao povo
Reconquisto o meu alinho.