sábado, maio 16, 2009

Aridez

A proposta não passa de simples reflexão acerca daquilo que ao flutuar, me rodeia.
As palavras, comigo, são de baixa frequência. Chegam sempre quando consigo dizer "é tarde demais"... É mais um assunto que se encerra. Um fluxo contínuo, pós-moderno, capitalista, um fluxo romântico, onde as coisas deixam de ser no exato momento da possibilidade do acontecer.
É preciso medir a distância para a luz. Manter o afastamento pra não perder o foco... Maldita técnica, que abstrai aquilo que pouco tinha.
Sensibilidade gastou-se. Teus olhos perderam as cores, tua voz tornou-se lembrança vaga, música velha. Ultrapassada é a tua sombra.
Na verdade esse laudo chama-se mágoa. Que não fiz questão de guardar e por isso doei ao vento e aos sorrisos que flutuam sem ter aquilo de mais importante: verdade.

Às vezes até me pergunto o que acontece para que as palavras que tanto quis ouvir demorem tanto a serem ditas. Será que meu silêncio intimida? Mas mesmo não abrindo a boca, sei que digo muito. Acredito nas coisas que não necessitam ser ditas. Esse registro de diário - são linhas sem lirismo.

É um ex-romance, cru, atritando na pele e turvando minha vista.

A garganta trancada. As lágrimas preparadas para sair à jato. O olhos trêmulos, as mão firmes. E as letras indo e voltando... Resumo tudo dizendo"cansaço". E se voltar a falar, terei dito tudo, mais uma vez.