quarta-feira, novembro 26, 2014

Meu amor é só, meu
amor sou eu mas
se não houveres,
não há. E não importa
o que sejas,
conquanto o sejas.

Há concreto num pedaço
lá no todo de mim.

Te dou espaço
me dás corpo.

Poema de Totalidade

Pode tudo? Pode!
Quando? Sempre!
Onde? Todo lugar!
Mentira? Verdade!
Verdade? Mentira!
Antes de sair, e
enfrentar a chuva,
escreva um poema.
Por que não
falar do óbvio
ao invés de transcender,
o que procurar no dia
pode a noite aparecer?

Há o que na flor
depois que murcha?

Apontamentos cosméticos
e representações subjetivas
adubam o barro
da poesia que
alimenta minhocas.
Mordida na boca

a vida no meio

furo no pé.
Um quarto num lugar
onde era uma garagem.

Um quarto
não de permanência
sim de passagem.

Espaço feito de ausência
para o repouso.
Uma barreira teus olhos
sólida interrupção
cerrada sob o céu.

Sórdido o engano
que dissolve os dias
nessa insossa esperança.

Frágil o dia
em que a dor
desperta.

A transpassagem
não é um erro
da semântica, posto
que tudo é transitório.