sexta-feira, novembro 30, 2007

Em linha reta, sou o primeiro

UMA HORA SOU UM. Uma hora sou outro. Mas sempre sou eu. Eu, que sei mudar a minha voz e minhas palavras. Eu, o primeiro pronome do caso reto. Me entrego em mim; comigo fico feliz. Busco uma nova experiência como eu. Eu sei tão bem que não e que amanhã posso saber de novo. Sou preto no branco. Minha melodia igual a do piano. Minhas encenações deixo no banheiro ou dou a descarga. Um embalo sonoro me leva à uma nova introspecção.
Será que sou capaz de aguentar o amor que trouxe no bolso da calça? Ou rasgo todos os papéis.
Quero incendiar minha crença. Só posso acreditar em mim... Cada um é diferente. Um ponto me separa para começar a linha do segundo. Eu sou o primeiro. Primo de Narciso.
A covardia... O que tem ela mesmo? Sim. Uma fuga que planejo sempre quando vou dormir. Uma forma a mais de negar o que quero sentir.
Eu disse algo? Não sei.
Corri.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Espadas

OLÁ! POIS É! Queria contar coisas para um ouvido. Os meus já se cansaram de me ouvir. A minha boca cansou de falar, mas eu preciso dizer algo. Que ficou trancafiado aqui desde semana passada mas que parece estar comigo desde que nasci. Nasci pra isso. Parece às vezes que isso me quer, quer que eu me cale e ouça mais um pouco a aula teórica intensiva que estou cursando. Aprendendo por fases a ter paciência maior do que a que tenho para aguardar quietinho num canto a chegada de algo que não existe. Os passos solitários na calçada logo pelo fim da noite. O adeus.
Ouvir o silêncio das suas palavras que me vêm como grafia perturba até o coração mais feliz. Até a felicidade sente agonia. Como quando nos agarramos em pescoços.
Não quero ficar na mesma linha e nem falar comigo.
Eis uma pequena tentativa de dizer o que não sei. A indecisão toma conta da calma e força. Impossíveis de se ter quando os campos nos convidam à corrida até o nada.
Falar um pouco sem ver os olhos é como sonhar. Incompreensível até o momento certo. E o momento certo fica distante e cravado numa pedra alta. Que pede que não sejamos nada para subir, e ao chegar lá em cima, encontra-se uma espada. Com punho em coração sangrando. Foi a primeira verdadeira conquista. A espada não existe mais.
Só o que pode estar além das nuvens é a cor dos olhos que são os únicos opostos a se atraírem por despertarem tanta curiosidade nos planetas. O azul do além fica parado tentando compreender a expansão bela do negro.
E devaneia, devaneia...