segunda-feira, abril 30, 2007

O corpo sob a mesa de livros

Já estagnado e tão pouco feliz, vivia comendo e roendo seus papéis já amarelos pelo tempo. De forma indigna se perdia na fome por mais, queria mais papel, precisava saciar a sede de inteligência.
E quanto mais a tinha, menos sabia.
De uma memória tão vaga, este homem ainda vive. Das lembranças de um passado ainda presente, mantém suas forças fracas e enfraquece seu ego ao modo de poder ser tudo que sempre quis.
Um banquete de livros sobre a mesa. O livro sagrado debruçado sobre as páginas do herege. O herege devorando o livro sagrado. O sagrado consumindo o herege aos pedaços.
Não basta água, porque a garganta já está obstruída, nada mais passa. Esperando chegar numa Califórnia alegre e mais feliz do que estar ao lado dos papéis velhos.
Caído ao chão, o suor dele se derrama por sobre o chão e ele esquece. Ele deixa esquecer, já que, no fundo, precisaria mesmo é morrer.
A existência já se faz cansada na alma deste pobre homem, a vida já não mais basta. É preciso uma elevação de espírito muito mais intensa que do que apenas livro e mais livros, intermináveis livros demasiadamente chatos. Demasiados homens supérfluos para escreverem livros inconcretizados por uma pobre e triste ciência. Triste crença do homem neste livro.

Enquanto batia suas mãos no chão, ele pensava que não era mais ninguém, além dele mesmo que não sabia o que dizer. E mesmo assim, já muito dizia. Não é sábio, não era ignorante. Ele é o intermédio, o ponto de equilíbrio necessário para a vivência tranqüila num mundo conturbado por pensamentos superficiais.
Oh, mas homem tão superficial como este não encontrarás nunca, meu amigo! Esse exemplo de vida mórbida e ao mesmo tempo linda, não é o que querem os homens de senso!

O homem do senso sabe o que quer além de ser feliz, enquanto o homem de senso, não escolhe a sua felicidade.
Apenas se põe a buscar a felicidade eterna dos supérfluos.

O balanço dessa mente não é mais dele, ele não é mais dele.
Ele só quer morrer, fluir, viver.
Morrer para fluir e fluir para viver, é isso que quer.
O supérfluo que se busca na ponte da sabedoria ainda não escolheu o pilar certo para se atirar no rio do conhecimento.

Ele fica ainda assim, trancado. Preso ao chão sob a mesa de livros buscando o necessário pra ser além de corpo e alma.
Precisa de mais.

sexta-feira, abril 27, 2007

É Tempo

...1 ...2 ...3

É um tempo que não passa, numa conta assim curta, porém infinita. Parece que quando cheguei a hora voava, mas contando os segundos do ponteiro eu sinto que o tempo é demasiadamente lento.
Na questão de prova eu não aprovo o tempo e como aproveitamento acho que vivemos demais pra não aproveitar o tempo que passa tão logo.
Tão logo estava eu batendo na minha cadeira, tão cedo saía de minha cama. Agora peso numa cadeira, debruçado sobre uma mesa, contando o tempo e mensurando o ócio.
Nunca pensei que contar "quanto tempo o tempo tem" seria tão desgastante. Culpa da tela, culpa do homem.
Culpa minha.



___________________________________


Passa logo, vai e volta,
Acelera rapidinho, vem e não demora,
Chega com susto quando começa a hora,

Passa lento e vem calminho,
Aquele tempo que se foi antes rapidinho,
Parece birra de criança,
Mas é o tempo que não anda.

Golpes da Dor

Ouvi da dor que a dor não é dolorosa.
A dor me disse que a dor é perceptiva.
E que a dor dá golpes de amor,
Mas quem faz doer a dor é quem sente,
E quem não sente também.

A dor deu golpes de evolução, a dor dá poder,
A dor dá prazer, a dor é suave,
A dor é longíqua...

E poderia ficar ouvindo a dor durante horas através do jornal.
Queria eu ficar vendo a dor pelo cinema ou por um conto de fada.

A dor não quer ficar, isso faz a dor doer.

A dor quer viajar,
A dor quer esquecer.
A dor precisa ser ficção
E não mais uma grande maldade.
A dor quer penetrar no mau coração...

Dor deu golpes no mundo
O mundo tem dores...

A dor trouxe exílio, que trouxe mudança.
A dor fez a busca, que trouxe a oportunidade
Que por sua vez, trouxe a miséria.
A dor deu a economia, a dor trouxe a exploração.
A dor trouxe preconceitos, a dor trouxe renovação.
A dor que dói é a mesma dor que purifica.

Os golpes da dor no mundo ainda doem,
Mas a dor quer deixar de se fazer doer.
A vivência do homem é que faz com que a dor aumente.
E os golpes da dor ao mundo doem ainda mais enquanto somem.

quarta-feira, abril 25, 2007

Absurdismo

O absurdismo é um absurdo,
O que vemos é um absurdo.

A miséria, é um absurdo sem tamanho. A reação hipócrita das pessoas é um absurdo. A visão fechada é um absurdo. O preconceito é um absurdo.A fome é um absurdo. A violência é um absurdo. A mídia é um absurdo. O humor é um absurdo. Os discursos presidenciais são um absurdo. Muitas medidas provisórias são um absurdo. A negligência é um absurdo. A escravidão é um absurdo. O assassinato é um absurdo. Tudo é um absurdo... Pois bem!

O que eu disse são absurdos?
"Sim, são absurdos."

Já estamos acostumados com estes absurdos?
"Sim, já estamos acostumados."

O que desejamos quando nos deparamos com um absurdo?
"Queremos mudar ele ou fazê-lo desaparecer."

E o que fazer com esses absurdos?
"Nada, não é comigo então deixa."
...

O que as pessoas fazem da vida delas é um absurdo?
"Não, é normal!"

... Acho que isso é um absurdo... Acho que a vida é absurda... Acho que o homem é um absurdo... Acho que o homem também é cego, mudo e surdo... E isso é um absurdo.

terça-feira, abril 24, 2007

Medo do Medo Do Intenso

Toda essa segurança me dá medo
Por me fazer pensar que as coisas não vão mudar
Ou então por me fazer pensar que a estrutura não cederá nunca.

Esse lugar... Quero sair daqui.
Quero uma montanha, uma cadeira e algo mais.
Talvez um chinelo e muito silêncio.
Ou até um verde a perder de vista.
Eu sei que não posso dizer nada pra mim mesmo,
Porque eu não me escuto.
Então eu quero buscar algo mais surreal,
Mais psicodélico,
Mais assustador,
Mais doente,
Mais intenso.

Talvez mesmo dentro de toda essa suposta intensidade
Eu venha a viver de uma maneira insegura.
Porque o intenso também dá medo.
O inseguro dá medo.
O escuro dá medo e
O desconhecido dá medo.

segunda-feira, abril 23, 2007

(______________________ )

Preciso de espaço pra eclodir de modo barulhento dentro de sua alma e silencioso para teu corpo.
Pretendo ainda, depois de tudo,
Continuar vivendo dentro de ti sem que existam problemas
Para que eu possa continuar sendo um parasita que te consome aos poucos.

Pra sentir teu flagelo, nenhum esforço é necessário.
É necessário existir, e existo.
Dentro de ti eu existo, um fragmento meu vive em ti,
E sei que tu o cultivas com teu maior zelo.
Prevejo que darías a vida por ti e que viverias por mim.

Não espero mais nada de tua companhia,
A não ser um corpo presente e uma fala cantante.
Mas não esperando nada, sabemos que temos muito.
Sendo os mesmos, somos muitos.

E poderemos viver vidas,
Andar estradas,
Conhecer desgostos e, mesmo assim
Continuaremos amando um ao outro.
E por fim,
Seremos um só, sendo dois.

sexta-feira, abril 20, 2007

...

Sinta o silêncio...
Aí não há barulho. Onde martelam as suas idéias mais fervorosas não há barulho. O barulho é só externo. O barulho é expressivo e por isso, nossa mente é abstrata. O silencioso barulho é aquele que trabalha para concretizar o abstrato, é o silêncio mais doce que existe no mundo, o nosso silêncio.
Ficar mudo ao lado de alguém não é silêncio. Você está ouvindo a respiração alheia. Ouvir a própria respiração é silêncio. Introspecção também é silêncio. Subliminaridade é silêncio. Idéia é silêncio.
E quando há o som da expressão, o silêncio se torna mais intenso ainda, porque ele está trabalhando para criar o barulho expressivo.
Eu que estou em silêncio, faço barulho. Tu também faz barulho, um barulho tão grande, tão intenso que chega ao ensurdecedor.
Só que esse estrondo não é libertado, já que temos muito medo de reações explosivas ou de idéias ou de argumentos que ainda não estão preparados, assim, quando os argumentos faltam, o silêncio se estende cada vez mais dentro nós, fazendo com que se produza mais e mais barulho, só esperando a hora de ser escancarado.

quinta-feira, abril 19, 2007

Diálogo

- Calma! Eu já disse, calma?!
- Sim, já dissestes.
- Então, o que eu estou fazendo a não ser estar calmo?!
- Mas tu não estás calmo, meu amor.
- Como não?!
- Impossível que tu estejas calmo diante de tais casos deploráveis da humanidade.
- Mas o que é que a humanidade tem em comum comigo?!
- És também a humanidade.
- Sim eu sei disso! Mas eu me avulsei dos conceitos da humanidade.
- Tem bem certeza disso que estás a me dizer?, pois sabes que a modernidade, por mais moderna que seja, cultiva hábitos pré-hitstóricos.
- Eu não me refiro aos costumes, mas sim aos pensamentos!
- Mas são eles próprios que criam os costumes.
- Por quê estás assim tão calma enquanto eu fico a gritar?!
- Porque és um tolo.
...
- Pensando melhor naquilo que me dissestes, agora fico mais calmo e aceito melhor o adjetivo que me pregaste. Sei que sou tolo.
- Mas isso é muito bom, meu amor.
- Pois bem, me escute.
- Prossiga.
- Deixe-me pensar melhor... Bem... Não consigo pensar.
-Então, por que antes disseste que era avulso do conceitos da humanidade?
- Porque eu sou avulso.
- Não! Não és, porque tu cultivas o costume (ou conceito), que mais é difundido entre os homens, a preguiça de pensar. Tu não pensas, tu não buscas entender, te julgas ignorante por não ter conhecimento, não é?
- Sim.
- Outra mentira! És ignorante porque não tem bom senso e porque te achas superior ao restante daquilo que chamas de humanidade, sendo que tu faz parte disto.
- Não concordo, estás mentindo pra mim.
- Outra vez a ignorância toma conta de teu espírito, meu amor! Uma grande falha do homem é não querer ver o que está diante de seus próprios olhos, é não penetrar na cortina transparente sabendo que do outro lado há segurança e bem estar.
...

E naquele momento se fez silêncio e não se falou.

...

- Outra falha que Nós cometemos, meu amor! Nos conformamos com isso que nos dissemos, com isso que sabemos e sei que não iremos mudar mesmo sabendo e vendo tudo isso.
...

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Diálogo sim, porém irreal.

quarta-feira, abril 18, 2007

(Conversa de Botão)

Todo este silêncio me faz ver o quão barulhento é a rua e os carros. E do nada, na maior hora do pensamento, toca o telefone. Rompe o meu silêncio domiciliar e me coloca denovo no agora, no mundo. Mas não há maldade, nunca há. Não pra mim nesse caso.

E depois volto a falar sozinho, como um doente, como um louco. E quem me ouvir vai achar que são reclamações, mas não, são apenas conversas de botões dilaceradas ao ponto do maior aperto e do menor alívio.

Mas chega, agora é hora de ver o agora, de estar no mundo e de ser presente.

terça-feira, abril 17, 2007

(Submissão na indignação?!)


- Sim eu trepo em você, e aí?
- E aí que eu fico submisso para contigo.
- É muito bom mesmo, já que estás consciente de tua condição robótica, de teu maquinário que chamas de corpo, poderei comandar melhor!
- Mas é claro, desde que eu tenha o luxo supérfluo de que tanto necessito.
- E terás! Mas só quando tua última gota de suor escorrer de teus punhos já não mais de aço. És um animal frágil, um homem! Eu sou a central que criastes para te comandar! Eu guio a tua vida, eu trepo em você!
- E então quer dizer que vivo apenas para o teu prazer?
- Sim, e sempre será. Enquanto o mundo for Mundo e desde que ele começou tu és para meu prazer. Eu sou homem, tu és bicho. Eu sou humano, tu não.
- E receberei um agradecimento?
- Que pergunta insolente a tua! É claro que não! Receberás apenas uns pedaços de papel e algumas rodelas de metal, a qual chamas de dinheiro e essa é a mesma que não sabes tirar proveito.
- E tu sabes te aproveitar?
- Sim, eu sei. Eu me aproveito de ti, eu me aproveito de tudo. Sou sábio, fui bem mal elaborado, sou ótimo nas desgraças, sou muito bom nisso que me pedem. Tenho bom coração e sei que isso é mau, mas só o faço porque fui forjado desta forma, então, não me julgue mal, o errado sois vós.
- Concordo...
- Então te purifica que os tempos estão mudando!
- Não sei...

segunda-feira, abril 16, 2007

É muito complicado enfiar o dedo na garganta e vomitar restos de comida já podres por culpa de uma insuficiência do sistema digestivo.

(É uma merda ter que ver os resultados do trabalho que foi feito com tanto esforço ser estragado e destruído por uma INSUFICIÊNCIA do Estado e do Povo.)
(Devaneios próprios)

Eu vi as coisas que não se podem ver e quando eu sei que elas estão ali eu me sinto...Bem.
Eu sei das coisas que não se podem saber e quando eu vejo que elas estão ali eu me sinto... Bem.


Eu quero amarrar no pé a mala que contém tudo.
Eu quero amarrar numa árvore o Mundo e deixar ele lá crescendo, apodrecendo e se amando.
Eu quero colher os frutos do meu pé de maçã que será amarrado junto a um poste.
Eu quero ver o Estado se odiando.


Vi tudo e não sei como dizer o que há nisso que me embala, numa canção tão dançante que me faz perder o compasso.



Eu preciso do Teu, do Meu, do Nosso.


Depois de saber e de ver tudo, eu deixarei pra trás e guardarei tudo como uma lembrança, como uma doença.
Sem remédio, sem poderes grandiosos. Só com uma corda, com um pensamento.

quarta-feira, abril 11, 2007

(Recuperação de Caráter)

Do que foi que se perdeu o humano que antes havia dentro de ti?
Por que se esqueceu do último ato de afeto que foi feito à ti?
Fechastes a porta de teu quarto e disseste que tudo estaria bem,
Mas não esteve nada bem desde o momento que pude ver o que sua vida era e o que ela seria.
Sim, eu previ.

"Então é só agora que vens prestar contas contigo mesmo?"
"Não interessa a demora, ao menos eu vim!"


Soube que seria tarde demais, por isso decidi te enfrentar no instante maior de tua fúria. E o que encontro além de um alguém já fraco, cansado, caído e monótono? Nada.
Poderás até pensar que és um grande humano, um alguém forte. Mas não, o teu caráter sumiu.
O meu também sumiu, e agora?

"Podes te enterrar junto de mim!"
"Mas este já é o nosso fim."
Já perdemos todas as nossas reservas de
humanidade e não nos resta mais nada,
só a amargura e o menosprezar.
Circunstância essa que nos força a sair do ócio
e seguir mais uma rotina.
Mais uma que tanto odiamos.

terça-feira, abril 10, 2007

(Hoje, ontem, amanhã)



Louvo todos os meus erros de hoje,
Amo todas as ofensas de ontem e
Quero as desgraças do amanhã.

Almejo aprender com o mau semblante
Porque cantei aos ventos todas as boas músicas,
Que serão lembradas amanhã.

Vivo o gozo do instante,
Do momento que se passou
E, pensarei na próxima risada que virá.

Do ardente extremo que é o agora,
Do morno quase gélido que é o antes,
Eu fico aqui pensando no que será depois.

segunda-feira, abril 09, 2007

(A viagem dos "Mmundos")


Preciso amar sem ter amor e odiar amando,
Esquecer dos males do Mundo e me voltar pros males do mundo,
Extrair da alma o que a mente quer
E dar à mente o que alma precisa.

Alternar os planos diários e violar os calendários,
Mudando com frequência toda a existência
Numa quebra de rotina,
Sem ter a mínima preocupação comigo,
Contigo,
Conosco.

Apenas fazer fluir os desejos mais alternos que sinto e
Fazendo transparecer que levo a mesma vida de sempre,
Não podendo fazer nada por minhas mãos.

Desse modo, num conjunto que serei,
Verei as minhas diferenças,
As do mundo pra poder ver as diferenças do Mundo.

Começarei no interior da alma e expandir pra fora do corpo,
Demasiadamente cansado e sem desejos de ser, apenas de ver.

(Autor desconhecido)

quinta-feira, abril 05, 2007

(Sede de...De necessidade)


Se falasse as tormentas, faltariam promessas e te prometendo ganharia tormenta.
Necessário seria que fosse mais breve e normal, sem grandes cerimônios ou exercícios, dos quais ninguém aguenta.
Falta de vocábulos por um breve instante na tua mente, diriam que és um gênio, enquanto a presença do teu corpo é mais sublime.
Eu que me desvendo com reflexos dos cacos e que me calo no instante mais preciso, vejo que na distância, posso ter todas as loucuras das defesas e dos ataques já prontas e apenas esperando a realização da expressão.
Sou lotus, assim como vós. Sou tolo, assim como eu.

quarta-feira, abril 04, 2007

(Não diga meu nome!)

Foi o único pedido que fiz quando fizeste a pergunta e do mesmo modo tu continuou proferindo ele de forma vazia, usaste como uma figura.
Gritos estes teus que me atormentam até agora, palavras de ordem implantadas com altas doses de fala.

Só não diga meu nome!

E continuas a...
A falar coisas sem sentido, a tentar me implantar o silêncio, a tentar formular minhas frases, a reciclar a consciência universal e a mudar o mundo com tua exaltação.
E por mais pedidos que te fossem feitos, tu negarias tudo e continuarias a gritaria.
Os gritos de silêncio mais deploráveis que alguém poderia soltar ao ar da mente. O vazio cerebral se tornou, nada mais, nada menos, que um demasiado cerebral farto de distorções sobre o que é a realidade.
Queria que tu não fizeste isto, que não rompas os fios das meadas, que não mantenha a nossa realidade tão real, que não mude a fantasia mas que troques todos os teus verbos, todos os teus gestos e todos os teus pesares de pensar.

E tenta Não dizer meu nome só por um segundo.

terça-feira, abril 03, 2007

Fragmento Literário.

"Que importa a vida real? Nós vivemos uma vida tão ociosa, tão parada, tão desprezível, estamos tão descontentes da nossa sorte, tão enfastiados da nossa existência! E, na verdade, verifique como, à primeira vista, tudo se apresenta, na nossa vida, tão amargo como hostil... 'Pobres criaturas!', pensa o meu sonhador. Nada de supreendente existe no seu pensamento!"



(Noites Brancas - Fédor Dostoievski)

segunda-feira, abril 02, 2007

Super- Homem.

Sou eu que sabe aquilo que você não sabe.
Sou eu que sou aquilo que você não é.
Sou eu que amo aquilo que você odeia.
Sou eu que odeio aquilo que você ama.
Sou eu que apareço na calada da alma.
Sou eu que atormento o silêncio.
Sou eu que mostro o caos.
Sou eu que desgraço corações.
Sou eu que destruo o mundo e cobiço o outro.
Sou eu que te odeio.
Sou eu que burlo sua regras.
Sou eu que diferencio a semelhança.
Sou eu que violo minha leis.
Sou eu que derrubo a vida.
Sou eu que mato a sede do gordo.
Sou eu que dou fome ao moribundo.
Sou eu que aterrorizo a tua vida.
Sou eu que amo a desgraça.
Sou eu que causo sem saber.
Sou eu que falo sem pensar.
Sou eu que penso pra falar.
Sou eu.
Sou eu, o homem, o monstro, o bicho.
Sou eu. O Homem. O super-Homem.