quinta-feira, maio 31, 2007

Uma nova rocha


Esses teus movimentos calmos e prevísiveis me modificavam a cada instante e tuas batidas contra minha cabeça, faziam de mim um novo escudo, uma nova rocha.
E cada carinho que de leve, me fazias, me trouxe o sentimento puro do sentido da resistência.
E estou resistindo a tuas represálias como uma forte barreira. Não invadirás o meu pouco espaço, já modificado por teus toques suaves que me fizeram enfraquecer e encorajar ao longo do tempo.
Estás sendo o veneno da velhice, desgastando ao pouco a vivência e transformando os restos em poeira húmida. Só lembres que eu sou teu orientador, te guio e te faço desviar dos caminhos que podem representar perigo.
Eu sou o pilar que sustenta tua base e também que emerge para o mundo, te trazendo diferente beleza e te tornando um ponto de busca.
Estes grandes golpes ao qual me submetes em dias negros, não me abalam. Já me acostumei com tua maldade e orgulho. Sei que não agradecestes nunca por um bem que te foi feito. Vejo que vivestes em amargura demasiada e quando querer ser de todos, não és de ninguém.
Pega o teu de volta, mas não me levas junto.
Estivestes transformada em mim como tempestade e não sofri.
E aguarde que ao passar do tempo, serei nada. Serei pó.

quarta-feira, maio 30, 2007

No teu interior




Nas cores semeadas em azul e amarelo, criastes o verde. Mas acabastes de colher o que menos almeja, o podre. O negro. E usastes isso como uma desculpa pra escapar do primeiro plano. Fizestes do teu desgosto, o caminho subterrâneo pelo qual foges. O que és agora não mais interessa, só porque perdestes aquilo que tanto amava. Mas, e o amor? Morreu?

Elevas as tuas indagações ao zero, assim como o calor evapora a água, levastes com tua desgraça toda a luz que via.

Por todo instante, te vejo gritar lamurias de perdão, de socorro e de saudade. Mas ainda não te vejo com a fronte erguida para o avanço.

Usas de tuas saídas com poucos, sendo que em tua alma, cabem milhões. Suja de corpo e pura de alma, estás criando a nova forma de podridão que provém de teu plantio involuntário. Ou seria de tua vontade inconsciente?

Os caminhos que se perderam, são reconstruídos. E toda a tua reconstrução não é nada mais que um novo e repetitivo fracasso.

Posso eu errar, sei muito bem. Mas sonho que tuas pétalas nunca terão mais a mesma cor e vejo que teu brilho será mais fosco que outrora.

Não deixais que morra. Nunca.

Foge pelo teu interior e vive no teu âmago.



Imagem cedida por Olga Gouveia

terça-feira, maio 29, 2007

Chamou?

Chamou, querida? Chamou?...

Ela me chamou agora. Tenho que rir.
Eu estou chamando, estou aqui...
Não, eu não sei. Mas vou estar esperando lá.
E o não-sentido, não importa,
As peças todas vão se juntando e formando o que?
O que as peças vão formando?

Ela chamou agora! Tenho que ir.
Ela gritou Agora! Tenho que rir.
Não ouço tuas vozes saltitantes, nem teu fervor...
Não quero teu sexo?! Não vejo teu sangue.
Mas viu? Estou lá sempre, esperando...

"...I'll be there waiting..."

segunda-feira, maio 28, 2007

Releitura 1

Sente o vento no rosto. A brisa tocando sua nuca, a dor do inverno chegando.
Há tempos que eu não ouvia belas palavras saindo de tua boca. Há dias que não vejo o teu sorriso te invadindo denovo! Há dias que eu não sinto tua falta, e que não almejo tua presença. E há dias que eu não ouço sua voz...

Pra falar e ouvir nossas verdades, não temos tempo. Pra tentar entender o mundo, quebramos nossa rotina. Pra reler os pensamentos, paramos o tempo. Pra criar, sou calmo.

Fronteiras da Mente


Quanto mais sigo, menos encontro. Quando menos encontro, mais puro sou. Quanto mais puro sou, mais dói. Poderia ser melhor então, criar barreiras que me impedem de fluir? Jamais!

Cresça sem hesitar, prossiga mesmo desconhecendo o caminho. Arrisque mesmo errando. Prossiga...nunca hesitando.

Só mais um terreno, só mais uma área inexplorada.

São campos com pequenas interrupções que me levam até a insanidade que julgo sã.

São jóias que coleto em mentes vãs, são pedras que atiro sem entender pra onde vão e porque voltam.


É um caminho vazio, com todos os obstáculos prontos pra me derrubar. Mas sou mais forte, Vou escapar dos fatos.

É um deserto imaginário que construo com a areia que sobra das ruínas de meu passado e que desvendo como algo novo, como um novo monumento.

(Re)Purifico. (Re) Crio. (Re)Invento.

Supero o que construo, destruo o que amei.

Mas sem esquecer, sem deixar morrer...
Eu derrubo as fronteiras da mente para além, para mais.

Imagem: Olga Gouveia - http://www.olgagouveia.com

sexta-feira, maio 25, 2007

Estrada...

Sentia-me como se nada disso ou daquilo fizesse tanto sentido, não me importava... E quando não vejo mais caminho nenhum, parece que está na hora de me render.

A fonte está secando, mas a fonte não pode secar!

Arranjo outros meios de pensamento, outras formas de viver, mas não essa... Não essa!



É só um meio, pra um talvez fim, ou nunca fim.

Sem fim... Estrada contínua, estrada (in)segura...



Uma parada abrupta, o que será?

Quem será? O que será? Por quê? Quem vai? Pra onde?

Preocupação... Futuro.



Nada é o que parece, e nos embalamos todos na dança do tempo, na canção geral da vida, na regra menor, na educação cordial, na escravidão legal. Mas por quê?



Futuro.



Tão comentado, tão pensado, tão horrorizante, tão preocupante, tão inseguro, tão longe...









Futuro...








quarta-feira, maio 23, 2007

A Cidade Está Queimando


O céu de cor de fogo faz a guerra explodir ao longe e a cidade queima como palha. A cidade explode como nitroglicerina. A mente da cidade não tem controle.

Fora de controle as almas que nela habitam clamam por socorro, querendo sair. A cidade queima e ninguém os vê.

Quem existe queima enquanto o céu explode.

Bolas de fogo na cabeça de cada um, fazem destes fogo. E a cidade queima.

A cidade está queimando, os homens estão morrendo. O céu desce com forte peso. A melancolia se espanta ao ver a desgraça nascendo... Quente e onipotente.


A cidade explode, o homem morreu. O que restou? Além do céu?

Nada...

Só o céu que mostra as luzes da guerra, só o céu que acolhe a fumaça da terra, só o céu... O céu que ainda vive, já que não há mais vida na cidade que acabara de queimar.


E outra cidade queima, e outros homens choram, outras vidas se vão.

E o céu continua vendo a cidade queimar, junto daquilo que a aqueceu.

O homem morreu, nada restou. O céu viu que a cidade queimou.

Quantas mais? Quantos mais? Quantos animais pra destruir o que criaram? Que instinto é esse que destrói, que guerreia e que cobiça?

Que humanidade é essa que queima?


Homens que queimam a si, queimam também, os seus sonhos, as suas casas, as suas torres, os seus palácios e além disso, queimam sua morada. Sua bela morada... E o céu assiste vivo.









terça-feira, maio 22, 2007

Fraca e Vaga

Fraco desejo vago da humanidade,
Alienação que faz esconder,
Ou aceitar
A conformada e suposta verdade.

Vago o espaço do homem cultural,
Rico o lado escasso da essência
Numa busca perdida por prazeres,
Vivendo sob uma ponte de deveres.

O que vos prende?
O que vos puxa?

A fraca e vaga sensação de estar vivo
Não é mais forte que a sensação
Da morte chegando com demasiada força
Por sobre uma vida ativa.

E nunca saberá da vida o homem que nunca pensou em ser nobre.
E jamais será nobre aquele que nunca cogitou em ser homem.

Forte, vigoroso, vago, feliz.
Fraco, cansado, preenchido, triste...

Demasiado.

Forte, vigoroso, vago, feliz.
Fraco, cansado, preenchido, triste....

Escasso.

quarta-feira, maio 16, 2007

Corpo presente


Como você pode ser capaz de dar tempo ao seu amor? Como pode ter sido tão vazio o valor que destes a este pequeno tamanho?
Não sei os motivos da decadência de teu espírito, não sei o motivo do apriosionamento material.
A existência é só um estágio, tem algo maior que nos espera além. Há uma existência mais pulsante em nosso espírito, mesmo que ainda não se faça existir, por assim dizer. Portanto, poderíamos julgar os nossos valores como certos ou errador? Dignos ou não?
Nessa sociedade ainda tão falha e tão acalmada por mentiras, nós vivemos, existimos. E deixaremos, por nossa existência, de valorizar o material? Será que somos tão fortes o quanto pensamos ser?
Será que ainda não nos vimos diante de nós mesmos?
Sim, infinitas questões pulsantes na nossa tão indefinida existência ainda nos assombram porque não sabemos o que há depois. Nos deparamos de forma tão cruel com o desconhecido, que ele não nos atrai(em parte), e sim, nos repulsa.
Humano tão humano, que só lembra de sua própria carne! Mas de que foi feito esse humano? De instinto? De prazer? De dinheiro? De espírito? De quê?!

Imposições sociais que nos levam a entender, ou a buscar questões e respostas para nossos problemas e (se preferirmos, chamemos de acasos), não nos trazem nada mais que a existência e a valorização do homem pelo estado bruto.

Não há nenhuma oposição no relato mas sim, algo a se pensar.

Por quê vivemos pensando no nosso futuro existente, no nosso corpo presente de amanhã? Por quê a consciência do amanhã tanto nos apavora? Por qual motivo somos ainda tão primitivos e ao mesmo tão modernos?

Aprendemos a ver e sentir a fraqueza alheia, mas ainda não aprendemos a sentir e ver a nossa própria fraqueza. Apegamo-nos então, ao material. Esse que nos tira do estado pensante do ser (ou não), e nos leva pra junto de algo, ou não.

Mas ao fim, não sabemos o que vem depois e isso nos assusta, nos atormenta. E pensar que morrer é o fim, é muita hipocrisia pra uma existência talvez ainda sem causa.
A morte nos assusta, é um balde de água gelada, mas que sabemos que virá! É a nossa única certeza para o futuro é que é nossa maior incerteza.

Existe uma eternidade esperando de braços abertos pra nos levar a estados de elevação nunca sentidos.
E, será que estamos em um destes?

Corpo presente em uma mente ainda distante, captando por imagens o material que no momento, ainda se faz pulsante.

quarta-feira, maio 09, 2007

Amizade Instantânea



Não quero que se importe,
Nem que se esqueça.
Mas quero saber mesmo o que tens na cabeça.
Porque eu não consegui absorver seus ditos de amor
E agora, não entendo suas frases de perceptível desprezo.
Não quero que se comprometa,
Nem que se esqueça.
Só quero entender o que fez a tua cabeça.
Tu não precisa de muletas,
Então porque depende delas pra poder dizer o que é amor?

Não quero que se envergonhe,
Nem que reconheça.
Mas preciso muito compreender o motivo dessas muretas?
Elas que te fazem invísivel, elas que te neutralizam.


Não quero que te arrependas,
Nem que orgulhe-se.
Mas não posso ver tuas reações diante do teu amor possessivo.
Não quero limitar-me a frases com espaço.
Só quero saber o que de minha amizade, de meu amor,
Não te foi aceitável!


Porque foi que tive dúvida quanto ao teu gesto tão amável?
Agora que sei o quanto distante que estás,
Sei que não notei.
Uma amizade instantânea que perduraria?

Não sei.
Mas ainda guardo teu nome dentro de uma gaveta.
Milk - Kings of Leon
Imagem: Renoir

terça-feira, maio 08, 2007

O Mal Chama



Consciência plena de que os pecadores queimarão,
Aflição pura quando sentimos a própria omissão.
O que seria tão mais prazeroso do que acreditar que do fogo renasceremos, para ao fogo novamente nos entregarmos?
E tornar um vício bélico.





"The Devil's Call - Stacey Cargal"

segunda-feira, maio 07, 2007

Dias e Mais Dias de Sofrimento

Talvez tenhas sido pra mim, um grande tormento.
Mas nunca pensei, nem sonhei,
Nada tão ruim e bom como fora antes.
Guardei uma dor sem tamanhos
Carregada de sentimentos
Além da própria dor que me fez penar
Antes de acordar.
Tu poderias guardar tuas mágoas pra dentro de tua alma
Poderias deixar de lado esse desejo de amar,
E começar a sentir repulsa disto que te dói.
Podias também, me olhar e dizer
Que ver o lado do inimigo ainda não te acalma.
Um poeta morto.
Morto pelo amor daquilo que o conduziu ao crescimento,
Depreciado de tal modo por aquilo que o fez viver.
Mantido às sete chaves dentro de uma pequena caixa,
Aguardando o amigo que vem lento.
Esperando e penando
Dias e mais dias de sofrimento.
Nessa solidão, ainda posso me conduzir
Em rumo à dias escuros onde não
Há mais nada amando.
Só existe a dor, a dor do sofrimento.
A dor deste sofrimento que se fez junto,
Sofrimento corrompido pelo amor ao próximo.
Inércia de palavras não descrevem mais os destinos de minha mente,
Não decidem o meu próximo sentido contrário ao meu pensamento contínuo.
Estas linhas retas já sem riscos, não dizem mais nada.
Só fazem que esqueçamos todos os nossos dias,
Todos os nossos latejos por ser,
E fazem manter vivo o sofrimento que,
Por menos que queira salientar-se,
Mais se faz ativo.
E mais queres morrer.

sexta-feira, maio 04, 2007

Palavras não Ditas



Não disse que não queria dizer aquilo que podia,
Mas não pude
Porque pra mim tu sorrias.
E toda aquela eloquência me fez sentir que
De velho meu corpo deseja denovo toda a tua vivência.

Brinquei com as curvas que perdia
E tua cabeça encostada em meu ombro,
Era mais um grave suspiro da alma que me saía.
Posso apenas te dizer que amo,
Assim como poderia dizer que és meu assombro.

Mas temo tanto tua reação que me concedo o perdão
Pelo pecado qual ainda não cometi.
E se o acaso me propor os seus lábios,
Não poderia eu ir ao encontro destes e dizer que simplesmente és
O que eu esperava.

Simplesmente não saberia dizer nada,
Não seria eu, seriam as palavras.
As palavras que me amedrontam todas as noites ,
As frases que ensaiava todos os dias na tua ausência,
As músicas que me faziam te buscar em pensamento.
Hoje, quando olho pra trás vejo palavras não ditas
E apenas sinto que o que houve foi um grande momento.

Explosões e Pensamentos


Por baixo de um pequeno monte de poeira, eu me vejo frente a um espelho que não reflete o fundo. Eu vejo o espelho que só reflete o eu.
O que eu via não era eu, mas sim o que eu queria ver em mim, e isso me doía de um modo tão prazeroso que eu não pude mais conter as sensações e explodi. Explodi de ódio, explodi de amor.
E agora que pergunto qual é o momento certo pra realizar o que fora determinado antes?
Vou explodir a bomba mesmo com o relógio estando quebrado, mesmo não podendo mais contar o tempo. E sendo assim, sei qual é a hora certa, mas não qual é a hora. Te entende?
Não poderia eu simplesmente descartar todo um mundo que ainda não foi completamente criado. Não quero eu ser um estorvo na minha vida então, prefiro me neutralizar do que ser uma cópia mal reproduzida de mim mesmo.
Essa análises confusas ainda vão estourar, isso já não me estouraram.


Eu sou o médico que tem a cura e sou o doente que clama sem pausa por liberdade.
Ou isso ou explodo.


Essa explosão será muito implosiva, e por obséquio não me atrapalhe agora. Seja eu gentil comigo antes de ser hostil. Que a hostilidade seja a pitada de fúria precisa pra se chegar ao término da mente conturbada!
Que seja hostil a libertação da alma que fora aprisionada por um corpo que se prendia! Que faça barulho a carga explosiva que estourará dentro de um só corpo e que destrói uma só cabeça!


Explosões no Sol a todo momento... Sou Sol.

Fervor a todo instante... Queimo.

Alma pulsante... Vivo.

Corpo presente... Inércia.


Sou a explosão que busco, sou a explosão que me liberta.
Sou apenas eu pensando nas maiores futilidades da existência humana, que por si só, pode ser muito mais que fútil.

quinta-feira, maio 03, 2007

Ajuda-me, Vida!

Num momento, distante de sua capacidade e incrédulo de sua convicção, tentou fazer pedidos ao além e a tudo mais que qualquer um recorreria:

- O que será melhor, a não ser a morte? Por quais motivos deveria eu continuar me massacrando?: Isso é muito sadismo da vida para comigo. Qual é o prazer que tu, vida, sente em me trazer do nada ao nada? Sei que tu estás a provar de que o que veio do nada, ao nada voltará.
- Mas veja bem se tu me entendes; eu não queria estar nestas condições que me ofertastes. E não me venha com estes termos clichês, de que só porque me oferecestes, tive que escolher, porque sabes bem que não é assim. É menos ou, mais. Bem menos ou, bem mais.
- Poderia eu ir numa lojinha de esquina e me entupir de doces e guloseimas, enquanto do outro lado do mundo o moribundo clama por comida? Poderia eu olhar pra mim mesmo e me ver belo e feliz diante de minha condição de espírito? Sei que não. Sei que posso ser feliz em estar me ajudando, em estar me preservando. E gosto mesmo de exagerar e de me contradizer ou então, pelo contrário, não seria eu.
- Gosto de exagerar nos meus gestos, gosto de me fazer expressivo até na alegria, gosto também de cantar ao silêncio as músicas que inventei. E sou ciente de que só tu sabes o que contruo; nem eu sei o que construo. Mas bem, isso não vai ao caso.
- Porque o que vai ao caso és tu, vida. Vida essa que me faz existir, vida essa que não me faz só um corpo inerte. Maldita vida esta que me faz sonhar! Maldita vida esta que me fez sonhar! Maldita vida que me deu o viver!
- Não quero mais todas aquelas palavras enjoativas que são proferidas nas praças públicas ou nas casas de família. Quero as minhas palavras, as minhas influências, quero me desdizer, quero voltar a ser, quero voltar e ser denovo. Vida, deixe-me viver!, ou tira-me o ser!
- Precisaria eu morrer mil vezes e ver mil vezes tudo denovo para absorver e drenar aquilo tudo que me saiu pela boca e deixar de ver as desgraças de minha existência. Vida, salve-me! Vida, exila-me! Ajuda-me, Vida!


...E em todos estes momentos, ele sonhou que era algo que não podia ser e se transmutou para o que hoje chama de humano. Será sempre um animal, imutável animal recorrendo à vida por qualquer motivo.

quarta-feira, maio 02, 2007

E por aí vai.

Muito menos do que a minha memória busca eu encontro e é sempre mais complicado ouvir da minha memória que tenho que lembrá-la de todos aqueles mesmos problemas rotineiros. É como se eu tivesse que arrumar todos os dias a minha cama que vai ser usada denovo e sempre, sempre. É uma memória passada que se quer presente, é algo meio estranho perto do que era antes. Eu lembro o que era antes. A minha memória me dá motivos pra querer viver, senão o que seria da existência a não ser existência?... Mas é isso mesmo que basta. Arrumar isto e aquilo todos os dias é muito desagradável assim como ter que te arrumar todos os dias é muito chato. Não quero mais obedecer a essas regras que chamei de lei ou ainda ter que esperar das vozes alheias elogios que enganam ou elogios que mentem. Prefiro ficar por aqui mesmo, planejando o que vou fazer agora ou o que deixo pra amanhã. Se deixo pra amanhã, faço hoje. E por aí vai.