domingo, dezembro 26, 2010

Não desorganizar a amarração pois
é preciso o trabalho
para que não haja erro
e que não haja reclamação
porque paro, se preciso
diante do acerto.

E na certeza conferida de olhos
estranhos nomes dirigindo-me
olho de novo
acerto o acabar e
logo forma-se um novo ciclo.
Está escuro e não enxergo direito agora.


Ah, que medo!
Medo do quê?
Agora!

Do quê?


Agora!
Há uma tempestade de vida acima da minha cabeça,
todos em direção da luz,
afago pleno
em pacífica cegueira.

Ao passo que me assustam, são meus amigos.

Voam direto, enlouquecidos
À vida
que não há.
Frente ao mastro luminoso, cercado de vida, disfarço de mentiras alegóricas
e me atrapalho em equilibrar-me
vivendo assim.

quando?

Hoje
papai foi
um pouco de artista
um pouco de homem de Marcel Duchamp

sábado, dezembro 25, 2010

Como brinca de ser linda e correr fluída
Meio a rajadas do vento mais puro
Ocorrência do amor
somatória devida num espaço que não se conta
de tempo

sábado, dezembro 18, 2010

Por enquanto te perco em passos desencontrados mas não menos desconhecidos já que da sua nuance eu consegui compreender o movimento teu, de verdade; mas assim que for hora de perder-me a encontrar-te só posso retomar o meu.                   

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Ao passo
do teu lado
é vazio porque teu próximo passo
já ocupa o passado,
 vazio, em si.

terça-feira, dezembro 14, 2010

De repente deparo-me com uma auto-penitência estática bem em minha frente, olhando-me nos olhos e abraçando-me com o carinho eterno que exala de uma perfeição acentuada, e doída, a cada dia que obriga-se, e resiste, a passar.
Com a certeza crua e pesada o corpo lida cansado com o horizonte percorrido vagarosamente, arrastando-me. Por vezes me desencontro e ao sentir-me, tremo em minhas bases avisando-me a hora de parar. O tremor antecede a minha queda;
E desfaleço docilmente no meu leito úmido.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Na compania de um sopro cálido meu corpo se arrepia por sentir que o ar que parte do nada e toca minha pele vem de um passado recente, de um fluxo constante. Não sentir brisa nova soprando gracejos é assolação incalculável pra um corpo que se multiplica, incontável, na sua própria sombra.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Enquanto houver tempo para continuar sendo aquilo que ainda há para ser, serei. Mas assim que o dia novo amanhecer e eu puder olhar melhor,  novamente, já não terei tanto a certeza que, agora, me faz continuar.