quarta-feira, janeiro 18, 2012

Pano de fundo

Mas de algumas coisas não se pode esquecer,
que as lindas palavras são ditas sem pensar em dizer.
Como quando contasses a história da trilha sonora, da hora de trabalhar,
dessa música de fundo: crianças brincando e o som do mar.
Alguma coisa erradiou-se, como se, sei lá,
estivéssemos, por um breve momento, respirando o mesmo ar.
Muito cheio de cores, o chão.
As pessoas são coloridas, se fosse possível.
De vários tamanhos denunciando as quantias, essas lonas enormes esticadas por uma armação férrea sustentadas por uma haste metálica fixada nada, enfiada!, na areia, todas coloridas.
O azul é o novo preto nessa tendência, o monocromático só é vez ou outra.
Não é querer ser beatnik junkie ou algo assim mas o Dr. Hoffmann concordaria que assim, de cima, é um paraíso de cores com algumas linhas se movendo.
Mas nós não nos conhecemos.

Costanza

bem-vindo comeback
compõe um chique
easy going para
sempre ter apostado em
qualidade para
flertá com o minimalismo - para eles
e elas - sem cair em armadilhas,
repensadas e geometrias
de evidente sedução.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Iolanda III

quero ficar animada
mas não consigo
por causa do meu peso.
quero ir pra casa.
me aconselham a ir.
esqueço tudo e dou,
surpreendentemente,
não
definitivamente,
mas apesar disso
brinco com o
sinto muito.

Ele não apreciou
Talvez porque
as pelo nariz,
tem cheiro nenhum.
não é comida.
Irei conduzir mais algumas experiênciais
para vocês dois.

Ui!

Estamos no auge
a consciência corporal
Mergulhamos no
corpo:
o neorromance
e plumas.
Ela
tem algo
mister
carnal.
É um de
Agarram-me
Tu
Condutor
de amor.

Iolanda II

ela desfila coberta
sempre de óculos
postura de maharani
Pouca gente sabe, mas
é chamada em
honraria
das últimas queridas.

Inteiramente nova,
mais elegante e adulta. Chega de
jackets e leggings.
vai bem com jaqueta de couro branco
shorts drapeados, um brilho
um bracelete esculpido (e não
tachas lampejando
no pulso).

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Brado

São crianças,
de colo, mulheres
homens, famílias
"Queremos
bradam em
tom de brincadeira.
Segue com coros
"Porrada! Porrada!"

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Voo solto

Só posso falar de onde estou agora
Palavras saem sem pressa ou demora
O tempo anuncia corrido
Que chega a hora do coração partido
Isso porque minh'alma é serena,
Não sofre de coração corrompido.
Partir é sempre uma pena
Que voa solta das asas do cupido.
Eu amo a ideia de que chova nos
fins dos dias do sul da América
As águas anunciam uma nova potência
Para a vida que não vive sem essa essência.

Escrever para as águas que caem não
é um sonho lúcido. Estou acordado,
sentindo-me sujo. Aqui fico pensando o que é
mais útil escrever: sobre o passado um pouco fútil
ou a ânsia de morrer?

Banho morno

O mundo toma banho morno
Quando S. Pedro liga o chuveiro do céu,
Pensam que está ficando louco
Chover parece um escarcel
Mas não é a água escandalosa
É só o ciclo cumprindo seu papel.

Chuva pedreguda

Gotas fortes e pedras pequenas
Tomara que as casas tenham sorte
E não sofram nenhum problema.

O gelo cai veloz,
Na terra tão quente, feroz
Rebate nas coisas todas
As donas de casa ficam doidas.
São nomes atrás de nomes
Amores depois de amor
Não sei se importa o sobrenome
Pois quando me deito sei que sou flor.
Adoro os nomes
Metamorfoses singulares
Admirador de olhares
Distantes e brilhantes que
Erradiam uma troca
Os raios que os fazem.
Todos são escritores
em seus sentidos infinitos,
uns alegoram suas dores
outros somente dão gritos.
As folhas da acerola dançam na
desordem de um caule retorcido.
O que vejo é a natureza expressa
na compania de um amigo.
Eu comeria dessa refeição cheia de
poesia sem relutar pois as palavras
voam rasas, não sabem onde vão
pegar. Se esse exercício é nobre
já não sei porque de punho
pobre sai a força exemplar.
Noite adentro, nenhuma fábula
Dia afora com mil estórias
Causas sobre caos que vou lhe contar
Queria entender, olhar as rosas
Saborear os encantos que brotam
da terra morna para a mesa do
jantar.
Aqui, nenhum presença estranha
nada aqui emana
além do familiar.
Mas qual a fonte primeira
desse incessante irradiar?
Quero a tua boca enorme
me envolvendo num beijo
Denso noite adentro.
Um único grande beijo descansa
entre os intervalos de olhares
E nada cansa, o agora é esplêndido.
Queria palavras mais aveludadas para
envolver teu corpo no meu embalo
Mas é só à distância que te
enxergo em detalhes.
Não te busco
Ao versar
Me reduzo
Em admirar.