sexta-feira, outubro 29, 2010

quinta-feira, outubro 21, 2010

Sinto-me o próprio Atlas, carregando um mundo
Esfera morta, branca, lisa e branda
Com o peso morto de uma calmaria morna
onde nada acontece, a não ser os dias
que correm atrás de sua mãe;
curando seus complexos, suprime-se os desejos
realizá-los aponta certeza do erro
por tê-los sustentado por tanto tempo,
em um silêncio escuro,
que dilacera como o vácuo, no Universo.
Na formação intocável dos dias
não há como interferir parando
o tempo que já é fluído
por seguir sem precisar de um espaço
seu
Que o ínfimo seja o mínimo
numa escala que trespassa meu coração
nessa desordem descomunal
de sentidos que se cruzam pra dizer
que está perdido
toda forma de consolação
o dia acabou
e pairo na sombra fresca das folhas
onde o frio se faz sublime sensação.

terça-feira, outubro 19, 2010

Anular a insignificante forma, para sempre
Deleitar o prazer no vácuo
Estourar a razão sem largar
Os restos de um paraíso de falhas e crimes.
Quando olho para o passado noto no agora que alguma coisa ficou para trás
que a velocidade diminui com o passar do tempo

Que a dor é sincera e acumula
Gangren'alma e enrijece a jaula
A cama está marcada pelo peso diário do meu corpo apoiado sobre ela
Não posso revelar algumas palavras pois pesam mais ainda
Pesam tanto que só aumentam o meu espaço na cama
Nessa cama de malgrado
Nessa cama de amparo, me conforto desamparado
se eu tivesse forças


te arrancava depressa

daqui de dentro

pra fora dessa jaula

que eu chamo de corpo

e te colocaria noutra

que eu chamo de alma

quarta-feira, outubro 06, 2010

Vou escrever de novo, até cansar o pulso
 de dizer pela boca quieta
 o que o corpo cansado
 não quer mais falar.
Olhos procuram desconhecer
o reconhecível.
Olhos procuram reconhecer o desconhecido.
Assim que se cruzam:

reconhecer indizível.

Amor,

lhe peço para que não me
enchas de preocupações e
que no lugar delas venhas me
visitar.
Meu egoísmo bateu em pontos distantes,
que por você sou capaz de me desarmar.
Pense que não estou só,
e quero vê-los crescer podendo
positivamente
ajudar.
As palavras não tiram de mim, não cumprem seu papel, não aliviam minha dor, nem libertam minha mente;
elas só me aprisionam nessa tentativa deformada de mudar as pulsões e impulsões do meu corpo.
Vivo fantasiando uma realidade
aparente, onde tudo tem seu
meio justificado pelo fim e
onde intenções, gestos e destinos
se cruzam enlouquecidamente.
Se todo o brilho das ruas
não ilumina meus dias
o que posso fazer
senão ficar ocupado
enfraquecendo a força
da minha
noite?
Como se eu abraçasse o mundo
o mundo caminha
em direção ao meu abraço
para sempre.
Parece-me que quanto mais
penso, menos
escrevo
Penso que já compreendi
           que já não voltará
                 já me recordo como passado.
                    me encanta o teu olhar.
                         Encanta todo o universo.

segunda-feira, outubro 04, 2010

sexta-feira, outubro 01, 2010

Ultimamente, confesso:

- Simplesmente, tenho passado;
- Nem o tempo, tem corrido;
- O ar continua pesado;
- O futuro: mal-dito
- O presente: último a notar-se na condição de um atraso;
- O passado:
Não há o que argumentar, o registro é documento e o passado é só tempo. Um tempo onde discorre um entrelaçamento de idas e vindas que hoje não existe mais. De que serve todo o desgaste e esse acúmulo de sedimentos? Deixo tudo fluir livremente, mas nada seguro. Continuo entre a noção da propriedade privada de sentimentos e do que tem de ser do mundo. Retomo a questão: será importante mesmo?
Quando a hora de recomeçar bate com tudo no pulso, deixando o relógio pesado, parando os ponteiros e desacelerando meus passos, sinto que falta-me o pulso pra ter na firmeza de minhas mãos a força para decidir, solene, o que tem de seguir e o que há de interromper-se.